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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Voz da Paixão



Sinto o sopro da paixão

A minh’alma congelar

E na sombra de um amor sem fim

A minha vida toda te entregar

E em meus sonhos florescer eu deixo esta ilusão

De te amar...

E a solidão me abraça...


Universo das canções,

Dos amantes a nação

Doce bardo de um sonho eu sou

Sonho amigo de te reencontrar

Ouve a voz desta paixão que entoa a ti o meu sofrer

Por te amar... À luz do luar...

Lembranças...


Eu vivi assim em vão

Nos meus versos a emoção...

E hoje o mundo todo sabe e vê

Que se eu vivo e sonho é por ti

E a razão nas vagas deste mar de fel

Se perdeu...

E o amargor se alastra

Ouve o som da multidão

Voz criança a murmurar

Uma lúdica visão do amor

Ledo engano de paixão e paz

E tu te perdes entre as faces desse sonho bom

Que se desfaz

Na ilusão de agora...


Se uma rosa eu te der

E em teus lábios eu tocar

E o sabor do meu amor por ti

Em tu’alma toda se espalhar

Saberás que um dia eu deixei a ti meu coração

E parti...

E a solidão aflora...


Ao acaso quem viveu

Vejo o ocaso que nos doira em nostalgia,

Sozinho, entristecido a pensar...

Não tenho mais nos sonhos

Um pingo de esperança...

Onde está, oh meu amor, onde estará...


Quando outrora floresciam-se os ardores...

Eterno carnaval, vivíamos de amores!

Primavera então sorria a brilhar...

...Vejo além Rasos d’água

Os meus verdes olhos da paixão...


Vou singrando o oceano solidão...

Eu fito mil olhares,

Te busco na ilusão

Que um dia do passado voltará...


Vou vivendo sem querer,

Sem ter porque...

Boêmio, cabisbaixo, condenado a delirar...

Onde está a felicidade, onde estará...


Alma gêmea se perdeu em turbilhões

Mil noites de seresta, invernos e verões...

O destino é caprichoso a passar!


Ao acaso quem viveu a dor do amor...

A dor é rebeldia, a revolta, uma ilusão

Astro novo em novos mundos a brilhar...


Se toquei seu coração neste poema,

Não chore, minha Deusa,

Apenas por ter pena

De um alguém que vive a vida a sonhar...

Espectro Andante


Tenho alma de judeu errante,

Um solitário caminhante

Nas escuras vielas da vida....

Noivo sem noiva ou aliança;

Na eterna e fria andança

Com a alma de anelos despida...


Sem anelos que o fim incute,

Anelos da solicitude

Que na vida nos enforcam...

Apenas na viagem infinda

A flecha do vagar me finca

E as figuras que no ermo esboçam...


É sempre o caminho incerto...

Faces várias, mas deserto;

Arde o olhar se ao longe miro...

Fantasmas em rubros fogos

Queimam-se por seus engodos

E será este o meu destino...


Arquejante, tão sedento,

Eu perambulo fedendo

Dos que sonham a carniça...

Pois o meu sonho tão incerto


Não sei ser longe ou tão perto...

Quando surge, se dissipa...


Dissipa em nuvens de esperança,

Em corais de falsa bonança

Nesse vago ou falaz orbe...

Fujo de mim _ Sou chaga horrenda...

É minha sina na tormenta

De uma longínqua e dúbia sorte...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O gato e o poeta

Eu gosto de desenhar gatos
E gosto de desenhar mulheres peladas...
Não gosto de desenha-las nuas,
Mas gosto de desenha-las peladas
Porque é assim
Que são boas
Para serem apreciadas...
Os gatos, eu os desenho
Porque são misteriosos e discretos
E o mistério e a discrição me agradam...
Não gosto de desenhar cães
Porque são chatos,
Vivem a nos paparicar...
Não gosto de paparicos,
Gosto de silêncio,
De mesa isolada
De boteco noturno...

A pena com a qual escrevo é carregada
De versos em sonhos e venturas
Sobre os quais não escrevo,
Mas escrevo porque a pena é carregada...
A pena com a qual escrevo é farta
De sonhos e venturas dos quais
Não me arrisco,
Porque a pena com a qual escrevo
É carregada de meu orgulho
Que não escrevo,
Pois se escrevesse
Os teria arrancado do peito,
Mas ele é magnânimo por se calar
E deixar que o tempo o esclareça,
Porque a pena com a qual escrevo
É parte de mim
E é assim que sou...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Poeta e Pirata

Peregrino dos Sonhos, navego os oceanos, sou nauta, sou corsário, saqueador de emoções, sou o bárbaro e o pirata, sou ladrão de corações. A Liberdade é a causa de minhas guerras, travadas com êxito. De todas as minhas vitorias tenho todos os trofeus, os quais guardo com orgulho no sacrário de minha consciência. E minha vida? Não é um livro aberto, a não ser àquelas pessoas que permiti ou permitirei que leiam. Não sou cetico, mas também não nasci ontem.

I’m the Pilgrim of Dreams, I sail the Oceans, I’m a Sailor, I’m a Raider, I’m the Emotions Plunderer, I’m the Barbarian, the Pirate and The Heart’s Thief. Freedom is the cause of my wars, which I fought with success. From all my victories I have all the trophies, which I keep with pride in the shrine of my conscience. And my life? It isn’t an open book unless for whom I allow to read.
I am neather a skeptical nor a child.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Bom Português

Lúcido, álacre e ibérico
Navegou de Évora arrastado
Teu passado a peso
Duns cem escudos no alforje
E cá atracou.

Ái, Jesus, aqui deixa-me
A singrar teus domínios meus...



Amassa o pão, bebe o vinho
E mastiga os dentes teus
O feijão destas plagas
De caboclas e mulatas,
Dom Joaquim, ou Manuel.

Pulsa teu sangue latino-americano
E celtibero d’além mar...

Rebusca língua, palavras tantas
E sonha alma, ilusões luso-americanas...

Minha linda, meu amor

A fria chuva que hoje cai
Fez-me velejar do ser
Mar de sonhos e emoções,
Juventude e bem-querer...

E de minha alma o porto, o cais
Soçobrou-se aos vagalhões
E uma nau de gloria e paz,
Trouxe amor e ilusões...

Igual a anjos a pairar,
As gotas suaves dessa chuva são...
Gotas vivas de amor
Matam a sede de minha paixão.

Doces lábios das Gerais,
Por tais mares, meu farol,
Traz meus sonhos, meu torrão...
Chão de Minas, o amor final...

Teu sorrir me faz cantar,
Dom de anjo a ti faz jus
Meiga voz do meu sertão
Es de Minas o meu sol, a luz!..

E quando a luz desse sol brilhar
Da relva colho a mais bela flor...
Tens o lírio de minha paixão,
Minha linda, meu amor...